Uma mulher que o tempo trabalhou
E que vem trabalhando
Que a morte um dia espera
Uma mulher que tem aprendido agradecer
As coisas simples da vida
A rotina,os sonhos, o som da água,
O louvor,um simples poema,
Um sorriso, o pão e uma mão
Um sorriso, o pão e uma mão
A memória daqueles que a rejeitaram
Por medo de perder sua raiz
Aprendeu a agradecer
Os abandonos de alguns anos
Que hoje recordo sem amargura
Uma mulher que não ignora
O que e o presente
E o porvir que já se esqueceu.
Uma mulher que já foi desleal
E com aqueles que
Foram desleais com ela
Pode ser sentido ao cruzar a rua
Uma misteriosa felicidade
Que não vem do lado da esperança
Se não, de uma antiga inocência
De sua própria raiz o de um deus disperso
Mulher que sabe que não deve
Olhar muito de perto,porque ha razoes
Mais terríveis que tigres
Que demonstram sua obrigação
Uma mulher sem malicia
Que humildemente recebe
Essa felicidade, esse golpe
Quem sabe na morte
Para sempre seremos
Quando o pó seja pó
Essa indescritível raiz
Da qual para sempre crescera
Equânime e atroz
No céu ou inferno.
by Marli Camargo
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