SER ESPECIAL


Essa semana foi especial, comecei um trabalho na escola onde ha varias criancas autistas, com paralisia celebral e sindrome de down.Ha anos tenho estudado um pouquinho das necessidades especiais das criancas,essas sao as cronicas, porem segundo pesquisas 20% das criancas em classe de aula possui alguma necessidade que muitos professores nao detectam e los empurram para anos posteriores de escola sem que os mesmos se sintam incluidos, aceitos e amados no grupo.
As deficiencias acima sao consideradas cronica e meu contato com essas enfermidades comecou em uma comunidade Inglesa onde como voluntaria,semanalmente passava um tempo com os adultos, os quais eram portadores de tais deficiencias.
La aprendi um pouco mas da importancia da inclusao das pessoas na sociedade.Orientavamos as senhoras e muitos jovens como cozinhar os biscoitos natalinos para vender nas festinhas familiares que preparavamos para seus parentes,orientavamos a fazer paineis de artes lindissimos, bordados, cartao de Natal,cartihas, recadinhos, ginastica e cantavando muitas vezes, desfrutavamos algumas horas conhecendo pouco a pouco cada um dos pacientes.
Mas essa semana foi diferente. Assim que cheguei na sala ganhei um abraco inesperado do Ivan, garoto de 9 anos, que alegre estava com seus jogos e nao os largava para nada.
Isidoro,bem mas velho tambem fazia parte do grupo,mas se alegrou e se acalmou quando um pedacinho de corda pegou em seus dedos e esticava, esticava sem parecer cansar com aquela routina. Passou um tempinho fazendo isso antes que comecassemos nossas atividades dirigidas os quais iam estimula los na linguagem,vocabulario e numeros.
Laura, 10 aninhos, sempre sorridente, amou a maquina fotografica que levei para tirar fotos, nao gostou muito da comida que sua mae lhe preparou, ficou feliz com a atividade e devagarinho completou o exercicio de pintura,contagem dos numeros e a colagem .
Rogelio,9 aninhos. Sim esse era seu nome, ama ruidos e todo instante tem necessidade de ouvir os ruidos dos objetos e movimenta los seja em suas maos ou no chao.
A tarde fresca de inverno fez o vento soprar pela janela e ele amou sentir o ar fresco em seu rostinho e tambem comeu danoninho do seu amiguinho.
Luiz Miguel, 14 aninhos, me apresentei e logo notei que tambem nao gostava de fazer contato nos olhos, se levantou de sua mesa, pegou nos meus bracos, apertou e saiu correndo gritando, atitude que demonstrou que nao queria que olhasse para ele e tao pouco falasse seu nome. Estava em seu mundo e nao queria ser interrompido.Logo entendi e eventualmente ele me assustava quando novamente segurava meu braco, me apertava e saia correndo gritando.Atitude que icomoda inicialmente mas quando aprende a manegar essas atitudes em classe ,isso nao permite se assustar, pelo contrario, somente ajuda a rever suas acoes para aprender com a crianca como agir e atender melhor em determinadas situacoes.
Andres,9 aninhos,super carinhoso, queria sempre estar beijando e abracando.Ainda com os valores ingleses bem delimitados, aprendi que o toque fisico nao e permitido na escola, me senti um pouco desajeitada com todo o carinho que o mesmo nos oferecia e pouco a pouco me dei conta que a cultura latina nos permite abracar e demonstrar carinho na escola, fiquei mas a vontade e retribui aqueles gestos tao carinhosos com um abraco e com o contato nos olhos, o qual fez Andres se sentir amado e aceito.
Angelica, o proprio nome ja vem de "Angel-Anjo", a professora com quem dividi aquela apertadinha sala, com a paciencia e amor se dedicou carinhosamente a cada um, mesmo gripada preparou as atividades, ajudou na hora das refeicoes, limpando a "caca" que alguns faziam devido a falta de coordenacao, ensinou os limites para uns e deu atencao para outros. Abracou Andres e deixou ele tocar no seu cabelo revirando todo seu penteado, disciplinou Luiz por me "agredir", falou com amor com Isis para cuidar de sua higiene pessoal e trabalhou a linguagem e limitado vocabulario com os demais alunos
O que eu fiz? Observei, ajudei, ensinei,evaluei e aprendi.

Aprendi a valorizar a oportunidade de estar nesse meio e ver o mundo com os olhos diferente. Um mundo limitado, o seu proprio mundo, mas que por alguma razao o Criador permitiu a criatura nascer assim. Razoes que so Ele sabe e eu estou aprendendo olhar a cada um com Seus olhos, os olhos do amor, misericordia e graca.

Obrigada Paizinho por poder estar com os irmaos que tu criaste e que nao estao nas igrejas,nos grupos familiares,nos institutos biblicos, nas celulas, mas que sabem transmitir um pouquinho do Teu ensinamento atraves de um toque,de um sorriso e de um olhar agradecido por la estarmos inseridos.

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