Medo

Ja sabe que nao tem direito de vir aqui,
Ja te disse que nao quero que faca parte
da minha familia,
Tao pouco das minhas redes sociais onde meus amigos estao
Voce nao   me acrescentara nada
Nao preciso de ti, voce me faz mal
Me traz um desgaste emocional 
Tira minha paz interior e exteriror,
Minhas palavras foram claras,
 afasta-se, seja generoso, me ajude.
Nao quero falar novamente contigo.
 Colabore !!! Eu nao te persigo,
Entao, tao pouco me acompanhes
Nao quero te fazer mal, mas voce insiste em me fazer muito mal,
Sua presenca me faz sentir culpada,fico irritada, nao me concentro,fico pensativa, fico nervosa, perco o controle.
Voce me controla, me esfola,me escraviza,me humilha,me esvazia, me tras agonia
Preciso ficar longe de ti para minha familia proteger. Por favor
Medo... hoje nao,
Voce me deixa em depressao
Eu nao quero saber de voce nao
Quando invade meu coracao
Me coloca no chao
Me afasta das pessoas
Transforma meu ser
E aos poucos me faz morrer.


(Nossos medos sao materializados e refletimos isso em nossos relacionamentos e muitas vezes terminamos nao sabendo lidar com determinadas situacoes e as consequencias  infelizmente quase sempre sao as grandes rupturas)




A Antonio Candido

        "Porque há para todos nós um problema sério...
         Este problema é o do medo."
                   (Antonio Candido, Plataforma de Uma Geração

......

E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.

Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.

Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.

Fazia frio em São Paulo...
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.

Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.

Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?

Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas
do homem só. Ajudai-nos,
lentos poderes do láudano.
Até a canção medrosa
se parte, se transe e cala-se.

Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.

E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.

O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.

Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.

Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes...
Fiéis herdeiros do medo,

eles povoam a cidade.
Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo.



Posted by Picasa

No comments: